Novos Velhos Caminhos

Queridos Amigos

O meu regresso está a ser marcado por tantas coisas, umas tão boas outras nem tanto.


Com um esforço acrescido por causa do calor estamos a dar inicio ao novo ano, com tudo o que implica de reorganização, programação, redefinições e reajustes. Tem exigido muita energia e às vezes parece que as reservas de energia se podem esgotar num ápice. Vale-nos o ânimo de ir vendo as crianças e as familias chegarem ao nosso centro com o olhar de esperança diante de caminhos novos que se abrem.

Queria falar-vos precisamente sobre novos caminhos. Literalmente!.. ou quase! Mas que também não deixam de servir como metáfora.

Temos assistido à retirada sóbria de check-points e de bloqueios nas estradas e nas ruas. É sem dúvida um sinal de um novo recomeço sem medos - ou pelo menos com algum sentimento de segurança. A retirada da presença massiva (poderia dizer opressiva!) de militares das ruas é também sem dúvida motivo para novos fôlegos.



Redescobrem-se novos caminhos e novos acessos que afinal são velhos mas que tinham ficado perdidos na memória de outros tempos. De algum modo não é só para mim que são novos! Abriram-se sendas para novas descobertas e novos olhares sobre a cidade. O fôlego que estes novos velhos caminhos trazem é às vezes possuído por um densidade irrespirável de dor, porque se toca uma vez mais as feridas da guerra, ou são as feridas que nos tocam, não sei bem. Não são velhos caminhos que se renovam, são caminhos novos que se inauguram, onde as feridas ainda sangram e as cicatrizes serão permanentes.

Oh, quanto admiro a resistência e o vigor dos passos (destes "meus") que vejo a percorrer estes novos velhos caminhos… eu sigo-os timidamente mas com o coração a bater ao ritmo de uma paixão.

Também e ainda sinto o bater do coração com a memória recente e agradecida por tantas palavras e tantos abraços que me animaram e me animam a continuar esta "aventura".

Vosso, G.




Comments

  1. As nossas oraçoes e o nosso amor continuam contigo. Beijo grande.

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  2. Vamos rezar para que essas famílias não percam a esperança de um futuro melhor.
    Obrigada Gonçalo por dar alguma desta esperança a quem tanto precisa.
    um abraço
    tia noémia

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